: numa casa sem portas
quem é
que se im porta?
não com
- porta
ningu ém
se com porta
: eu-calipto
delírio
em pequenas ondas de sono
mergulhos profundos de sonho
perco a referência do corpo
e reencontro equilíbrio
na experiência
do abandono
da-margarida dama
da noite beija-flor
da lua nascente do rio
tu-calipto
dê-lírios
: rui-do
indivíduo
individado
a vida
ída
doída
: ecos
não há o silêncio vazio
o vazio
não há
: dança
muda
mudança
: domingo é um dia difícil
tem sempre alguém desistindo
hoje, segunda-feira
uma mulher não acordou
: no começo da ladeira
da lembrança mais bonita
na cidade vazia
foi lá que nasci
e é lá que abandono
não a ti
: quando o todo que consiste na vontade absurda de se dissolver com as cores, ou ausência delas, com as ruas e esquinas que constróem caminhos pelos quais são de rotina passar, o intrínseco desejo não se basta enquanto ser.
enquanto pulsa o coração no anseio dessa vida, nos segredos de outras que não se pode revelar, na saudade que aperta minha alma, na alegria que se esvai, enquanto escorrego de mim e vivêncio esse fim se prolongar.
não me entendo por assim, tampouco sei se gosto de como a vida vem rumando, me obrigando a sorrir menos, me enchendo a cabeça de domesticações.
o quanto posso ser livre enquanto humano?